terça-feira, 27 de julho de 2010

A sufocante invisibilidade

A vestimenta de uma pessoa define a sua personalidade? Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu roupa é enquadramento. Existem em nossa sociedade códigos de conduta que são divididos em grupos ou tribos e se alguém estiver fora deste padrão é EXCLUIDO. É exatamente dentro desta temática que o espetáculo se desenvolve e aborda, sobretudo o efeito deste repúdio ao não seguir o comportamento determinado, o tão em voga: bullying (atos de violência física e/ou psicológicas deferidos contra um indivíduo de forma intencional e repetidamente).
O elenco é formado por jovens atores da própria região onde o espetáculo foi concebido, na Vila Cisper zona leste de SP. A história é de um garoto (Ederson Martins) que gosta de estudar e se veste de uma maneira mais simples ficando a maior parte do tempo sozinho, não tem namoradas e nem amigos. É atiçado por um boyzinho (Cleiton Rodrigues) que o faz mudar de roupa e comportamento, para conseguir pegar alguma mina (Thaís Prates). E agora enquadrado neste universo ele consegue, mas deixa de lado a sua essência e com isso cria um enorme vazio provocando um final trágico. Todos os fatos é observado e narrado por uma espécie de morado de rua (Andreza Helena) que dá o tom épico do espetáculo. A encenação ocorre em um espaço aberto, a primeira parte é feita atrás do salão de uma igreja católica, e a segunda dentro do salão. A iluminação (Binho Santana) é feita por lanternas e por alguns poucos refletores executada por jovens que freqüentam as oficinas do projeto Periferia Invisível. A direção (Hamilton Fernandes) conseguiu dar uma qualidade estética que não caiu no discurso didático e fácil, há um refinamento na composição cênica; conceito de luz, som e atuação dos atores, elevando o nível dessas relações de alteridade. A música executada ao vivo e a vista da platéia evidencia os mecanismos ficcionais, lembrando sempre que estamos diante de uma peça de teatro para que possamos ter um posicionamento crítico da obra e não uma distração passiva se envolvendo emocionalmente com os problemas pessoais.
É realmente emocionante ver o envolvimento da comunidade tanto na produção quanto na platéia. Este evento abre a temporada de peças em cartaz no Espaço Invisível que em um ano de existência já está se tornando referência na periferia paulistana se tornando cada vez mais visível.

Serviço:
O EXCLUIDO, texto criação coletiva.
PERIFERIA INVISÍVEL: Rua Barra de Santa Rosa, 4405 - Vila Císper - Tel: 9815-8692 / 9489-4909. Sáb, 19h. Dom, 20h. Um Kilo de Alimento. De 24/07 até 29/08. Dia 31/07 contato@periferiainvisivel.com.br

sábado, 24 de julho de 2010

Reflexões das dramaturgias contemporânea

Toda semana um texto novo falando das peças e dos saraus e afins.
A relação dos textos com o nosso tempo e o espaço.
Com perguntas, como por exemplo: Por que as referências ainda são européias?
Vamos discutir o pós-colonial entre outros assuntos.

Merda!